VIVIENNE WESTWOOD- Como a Rainha do Punk revolucionou a moda.

 

                                 Vivienne Westwood 

                                     Como a rainha do punk revolucionou a moda.

    
    Vivianne Isabel Swire, foi uma estilista britânica responsável por trazer a moda punk e new waves para o mainstream. Apesar de ser uma grande estilista, Vivianne começou sua carreira como professora, no entanto sua ousadia e visão a levaram a fazer uma parceria com seu companheiro Malcom Maclaren, fazendo-a largar as salas de aula e abrir uma loja na famosa King's Road em 1971; os fregueses mais famosos da loja formam a banda "Sex Pistols" e ela fica encarregada dos figurinos, definido o que viria se tornar punk mais tarde.
Banda Sex Pistols vestidos por Vivienne Westwood 
        Sendo autodidata, suas peças eram totalmente originais e criativas e sua inspiração vinha de subculturas como Teddy Boy, Punk e estilos de motoqueiros. Como o passar do tempo as frases que estampavam as blusas da loja começaram a ser comentadas, fazendo com que o casal mudasse o nome da loja de "Let it Rock " para "Too Fast to Live, Too Young to Die"
        Outra fonte de influência para a estilista era a música, Vivienne era apaixonada por estilos musicais como rock, outra característica comum entre ela e Malcom, os fazendo serem referências em vestimentas típicas desses tipos de show.

    Após o sucesso sendo a estilista da banda Sex Pistols, sua carreira alavancou internacionalmente e influênciou o modo de vestir dos jovens europeus nos anos 70, criando um estilo underground, que se    afasta dos padrões convencionais e comerciais                                                                                          
    
Vivienne nos anos 70' manifestando contra o nazismo
    
    
 Passado uma década desde o início de sua estrondosa carreira, em 1981 ocorre o primeiro desfile de Vivienne Westwodd " The Pirate Show".O evento ocorreu na semana de moda de Londres, marcado pelas silhuetas volumosas e muitos babados, dando à ela o título de precursora do movimento neo-romântico, na década de 80. O desfile foi considerado provocativo e transgressor, desafiando as normas e convenções da época. Isso gerou críticas e controvérsias, mas também atraiu a atenção de um público jovem e rebelde que se identificava com o estilo punk e a atitude contestadora da estilista. Apesar das críticas, o show foi um sucesso, sendo essencial para abrir as portas de sua trajetória.  
     Percebe-se sua notória e extravagante entrada ao mundo da moda, sendo prontamente reconhecida por dividir lados em relação a sua carreira.
    Dentre os próximos fatos a serem listados, faremos um linha do tempo com os marcos mais impactantes da Rainha do Punk.
  • 1981 – A estreia autoral com “Pirate”

Vivienne Westwood lança, ao lado de Malcolm McLaren, a coleção Pirate, a primeira com sua assinatura própria na London Fashion Week. Essa coleção rompe com o visual punk cru dos anos 70 e mergulha na estética dos séculos XVII e XVIII, misturando roupas de piratas, corsários e teatro. Foi o início da fase “Nova Tradição” de Westwood, onde ela passou a reinterpretar a história da moda com sarcasmo e sofisticação. Essa coleção marca a entrada dela no circuito da alta moda.

  • 1983 – Independência criativa

 Westwood encerra sua parceria com McLaren e passa a criar sozinha. A partir daí, suas coleções se tornam mais complexas, misturando referências à arte clássica, filosofia, história e política. Essa virada marca o início de sua identidade estilística única: provocadora, intelectualizada e engajada. É quando ela para de ser apenas “a estilista do punk” e se torna um ícone cultural por mérito próprio.





1985 – A coleção “Mini-Crini”
Com a coleção Mini-Crini, Vivienne inventa uma nova silhueta ao combinar a crinolina vitoriana com a
minissaia dos anos 60. A peça desafia convenções de gênero, fetichiza a estética da feminilidade tradicional e, ao mesmo tempo, a subverte. É uma das primeiras vezes em que ela usa a moda como crítica social direta, misturando história e sátira para questionar normas de comportamento e poder.



  • 1989 – Provocação política direta

 Vivienne aparece na capa da revista Tatler vestida como Margaret Thatcher, com a frase: “This woman was once a punk.” Ela afirma querer ser primeira-ministra — uma sátira ao conservadorismo britânico e um gesto que aproxima ainda mais sua estética da crítica política. A essa altura, Westwood já não é só estilista: ela é um símbolo de oposição cultural.

  O terno usado para a foto fora encomendado dias antes por Margaret, porém ela não quis mais a encomenda.

A imagem, tirada para a edição do Dia da Mentira da revista e com uma estranha semelhança com A Dama de Ferro, foi posteriormente explodida em outdoors em Londres para a Fashion Week. Poucos dias após a publicação da edição, a editora da revista, Emma Soames, foi demitida. 


  • 1990 e 1992 – Reconhecimento institucional
Ela vence duas vezes o prêmio de Designer do Ano pelo British Fashion Council. Em 1992, é condecorada com a Ordem do Império Britânico (OBE) pela rainha Elizabeth II. Durante a cerimônia
, vira manchete por não estar usando calcinha — um ato que misturava irreverência e estratégia midiática. Westwood, mesmo sendo aceita pelo establishment, nunca deixou de ridicularizá-lo.



  • 1993 – A coleção “Anglomania”
Vivienne funde a tradição britânica (xadrez, kilts, tweeds) com o caos criativo do punk em uma de suas coleções mais emblemáticas. O nome Anglomania reflete sua relação contraditória com a identidade britânica — ora patriótica, ora iconoclasta. Essa linha posteriormente se torna uma submarca duradoura e comercialmente bem-sucedida.

  • 2004 – Retrospectiva no Victoria & Albert Museum
O museu realiza a exposição Vivienne Westwood: 34 Years in Fashion, consolidando sua importância histórica. É uma espécie de “canonização” na cultura de moda — algo raro para designers ainda vivos. Westwood é reconhecida não só como estilista, mas como uma artista conceitual e ativista visual.

  • 2006 – Título de Dama
Westwood é oficialmente nomeada Dame Commander of the British Empire. Apesar do título aristocrático, ela continua criticando a monarquia, o consumo desenfreado e a destruição ambiental — muitas vezes usando a própria notoriedade para amplificar suas causas.

  • 2010–2015 – Militância ambiental e anticapitalista
Vivienne intensifica sua atuação política, tornando-se uma das primeiras grandes estilistas a defender publicamente a redução do consumo de moda. Ela cria a campanha Climate Revolution, sobe em palcos de protestos, publica manifestos e financia causas ambientais, além de apoiar o movimento Occupy e Julian Assange.


  • 2016 – Reestruturação criativa
Ela funde suas linhas Gold Label e Red Label, e dá mais visibilidade à parceria criativa com Andrea Kronthaler, seu marido e sucessor estilístico. A marca passa a ter uma direção mais coesa, focada em sustentabilidade e desaceleração da produção — uma raridade na indústria.

  • 2020 – Protesto performático por Assange
Vivienne participa de um protesto performático em Londres contra a extradição de Julian Assange, pendurada dentro de uma gaiola gigante vestida de canário. Essa ação resume sua carreira: teatro, ativismo e crítica política ao mesmo tempo, sempre com um senso visual afiado.

 Julian Assange é o editor-chefe da WikiLeaks. Em 2010 foi eleito Personalidade do Ano pelos leitores da revista Time. Foi distinguido com o Sydney Peace Prize e escolhido como o Homem do Ano pelo jornal Le Monde. Também recebeu o Prémio para a Comunicação Social da Amnistia Internacional no Reino Unido e o Sam Adams Award. Em Fevereiro de 2011, a sua organização, WikiLeaks, esteve nomeada para o Prémio Nobel da Paz depois de ter revelado três importantes peças de informação confidencial.






  • 2022 – Morte de Vivienne Westwood (29 de dezembro)

 Seu último ato infelizmente foi em 2022, quando a Dama nos deixou, porém seu legado e sua história a manterão viva, sendo sua memória e feitos partes da revolução para um mundo mais igualitário e um pouco mais PUNK! 

   

 “A moda realça a vida e acho que é uma coisa amável e generosa a fazer para as outras pessoas.” Vivienne Westwood
    

















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